Subsérie 04 - 4ª Edição: A Máquina de Escrever do Dr. Luiz Gatti

Original Documento Digital not accessible

Zona de identificação

Código de referência

BR RJCDMMPRJ CDM-03-02-01-04

Título

4ª Edição: A Máquina de Escrever do Dr. Luiz Gatti

Data(s)

  • 2021 (Produção)

Nível de descrição

Subsérie

Dimensão e suporte

Gênero: Tridimensional;
Suporte: Metal.

Zona do contexto

História administrativa/biografia

O objeto integra o acervo doado em setembro de 2018 pelo advogado Marcelo Oliveira Câmara, amigo de Luiz Gatti, composto também por documentos imagéticos e textuais. Entre as relíquias do acervo, 34 livros encadernados com cópias dos pareceres elaborados ao longo de sua atuação ministerial entre 1960 e 1985, iniciada como Defensor Público no Estado da Guanabara. Completam o acervo documental os originais da sua obra “Jurisprudência Criminal Compilada do Informativo do STF” (Lumen Juris, 2001), com prefácio do procurador de Justiça Sergio Demoro Hamilton.

Segundo o doador, foi na Remington que Dr. Gatti datilografou grande parte dos documentos textuais em referência. Nesse sentido, a máquina de escrever assume a dimensão de um documento dotado de representatividade e dinâmica própria. Permite perguntas e leituras possíveis sobre as práticas e condições de trabalho, e mesmo sobre a época de sua existência e funcionalidade.

No caso do Dr. Gatti, a condição da máquina, com marcas de muito uso, mas em ótimo estado de conservação, e os documentos textuais nela produzidos ao longo de décadas, testemunham a predileção do Procurador pelo uso da ferramenta mecânica, mesmo quando versões mais modernas, elétricas ou eletrônicas, e computadores emergiram no mercado. Em vários depoimentos, Procuradores (as) e Promotores (as) de Justiça entrevistados para o Programa Personalidades do MPRJ que ingressaram na instituição, entre as décadas de 1950 e 1990, reservam ao objeto um lugar especial na memória. Em meio à estrutura física e condições de trabalho precárias, quando muitas vezes não tinham sala, mesa e mesmo uma máquina para trabalharem junto aos cartórios e varas, as máquinas de escrever portáteis, adquiridas com recursos próprios, são mencionadas carinhosamente como “fiéis companheiras”.

Nos dias de hoje em que computadores, notebooks, tablets e mesmo celulares são utilizados como editores de texto, a tecnologia da máquina de datilografia pode parecer precária aos mais jovens, mas guarda em si um forte símbolo de progresso e modernidade. Como um dos seus legados os novos equipamentos preservam a disposição das teclas no tradicional formato QWERT, eficaz e confortável à digitação, consolidada após experimentos ao longo de anos.

A máquina de datilografia ocupa um papel importante na história da comunicação e das tecnologias. A primeira patente registrada é atribuída ao inglês Henry Mill (1714), mas foi no fluxo dos avanços e criações tecnológicas durante a “Segunda Revolução Industrial” (1850-1950) que alguns protótipos foram desenvolvidos simultaneamente em diferentes países, inclusive no Brasil. Inventada pelo paraibano Francisco João de Azevedo, foi apresentada e premiada em exposições agrícolas e industriais em Recife e no Rio de Janeiro (1861). Os primeiros exemplares lembravam pequenos pianos e máquinas de costura; eram pesados e lentos até serem aperfeiçoados para formatos compactos e funcionais. Desse modo, em 1868 foi patenteado pelos norte-americanos Carlos Glidden, Christopher Sholes e Samuel W. Soule um modelo mais prático e próximo da Typewriter que conhecemos na atualidade. No entanto, exigiu ainda aprimoramentos até que pudesse ser produzida em série pela empresa norte-americana Remington em 1877.

O rápido progresso nas áreas de indústria, comércio e serviços demandavam formas de registro e comunicação mais rápidas e uniformes em substituição à escrita manual. Necessidade também premente nas repartições públicas onde a atividade era realizada à bico de pena ou caneta-tinteiro por “escreventes”. A máquina de escrever possibilitou o desenvolvimento de novas oportunidades de emprego, sobretudo para as mulheres e a sua emancipação no mercado de trabalho como Datilógrafas e Secretárias. Cursos de datilografia eram amplamente difundidos, associando técnica e rapidez, constituindo requisito para admissão em muitos empregos públicos e privados. No Brasil, com o advento dos concursos públicos para suporte administrativo em carreiras do Judiciário e do Ministério Público (Lei nº 284/1936), provas de “toques por minuto” poderiam integrar etapas do certame. No concurso para servidores do quadro do MPRJ em 1990, foi aplicada com o caráter classificatório.

Em 1948, a Remington instalou a primeira fábrica de máquinas de escrever no Rio de Janeiro, sendo acompanhada de outras empresas tornando o produto mais acessível. Contudo, ainda era caro, custando o equivalente aos computadores atuais. Os avanços prosseguiram com a produção de versões portáteis e mais sofisticadas elétricas (1920) e eletrônicas (1957). Em paralelo, a disseminação dos computadores de uso pessoal (PCs) inventados pela Apple (1976) e os comercializados em larga escala pela IBM (1981) agregando funcionalidades e posteriormente novas tecnologias como a Internet em ampla escala (1995) seguiam desenvolvimento próprio de forma acelerada. Acabaram desse modo, por representar forte concorrência a médio e longo prazo. Godrej and Boyce, na Índia, foi a última fábrica de máquina de escrever a encerrar a produção industrial em 2011.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

O Projeto História em Destaque nesta quarta edição apresenta como item documental do acervo do Centro de Memória um objeto museológico: a máquina de escrever Remington (modelo Super Riter, 1959) que pertenceu ao Procurador de Justiça Luiz Brandão Gatti, falecido em 2014.

Avaliação, selecção e eliminação

Ingressos adicionais

Sistema de arranjo

Zona de condições de acesso e utilização

Condições de acesso

Para ter acesso presencialmente aos documentos, é necessário agendamento prévio por meio dos canais de comunicação especificados no link: https://atom.mprj.mp.br/index.php/centro-de-mem-ria-procurador-de-justi-a-jo-o-marcello-de-ara-jo

Condiçoes de reprodução

Mediante autorização prévia pela equipe do Centro de Memória.

Idioma do material

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

Zona de documentação associada

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Os documentos produzidos pelo Dr. Gatti por intermédio da máquina de escrever destacada nessa edição podem ser visualizados pelo fundo documental Luiz Brandão Gatti custodiado por este Memorial. O fundo pode ser acessado no próprio AtoM pelo link: https://atom.mprj.mp.br/index.php/fundo-luiz-brand-o-gatti

Zona das notas

Identificador(es) alternativo(s)

Pontos de acesso - Assuntos

Pontos de acesso - Locais

Pontos de acesso - Nomes

Pontos de acesso de género

Zona do controle da descrição

Identificador da descrição

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

Estatuto

Nível de detalhe

Datas de criação, revisão, eliminação

2021

Fontes

Documento Digital (Matriz) zona de direitos

Documento Digital (Referência) zona de direitos

Documento Digital (Ícone) zona de direitos

Zona da incorporação

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